domingo, 6 de janeiro de 2013



“A Mangueira não morreu, nem morrerá, isso não acontecerá!”  SERÁ?

Nossa escola começa a pagar o preço de sua longevidade:  recentemente perdemos dois grandes nomes da escola, o Mestre Delegado, o maior mestre-sala de todos os tempos, e o JC Neto, um de nossos baluartes.  A Mangueira já passou dos 80 anos, e aos poucos e com o passar dos anos, foi perdendo suas referências.  Ninguém é insubstituível, mas, nomes como esses que citei, além de Jamelão, Dona Zica, Dona Neuma, Mestre Cartola, Xangô da Mangueira, Neide e tantos outros nomes que foram brilhar no infinito fazem uma falta enorme.  Essas pessoas ajudaram a escrever não só a história de nossa escola, mas a história do carnaval carioca, que se hoje é o que é (me referindo à parte boa e não ao que se tornou), deve e muito a essas pessoas, que são de um tempo em que um desfile era apenas a consagração do que eles faziam no dia a dia.  Eles viviam Mangueira nos 365 dias do ano, e são de um tempo em que o orgulho de ser Mangueirense era mais ingênuo e não menos eloquente que hoje.  Naquele tempo já existiam disputas internas, e tudo isso que hoje vemos superdimensionado pela mídia dita especializada não é nenhuma novidade. Não vou entrar no mérito do que vira e mexe vejo escrito por pessoas que se entitulam colunistas, jornalistas, especialistas porque qualquer um poderia me colocar nesse balaio de gatos (ou melhor, de gatunos), que escrevem meia dúzia de linhas em troca todo mundo sabe bem de que.  
                                            Foto: Postada por André Augusto de Andrade
1-BAIANA,2-GENÉSIO,3-ZICA,4-WALDOMIRO,5-DELEGADO,6-SINHOZINHO,7-XANGÔ E 8-AFONSO

 O que me preocupa de verdade, é que nossa escola não tem mais produzido esses grandes nomes que são a raiz que sustenta nosso nome, nosso prestígio,  e tudo aquilo que o nome Estação Primeira de Mangueira, mesmo  bem combalido, ainda provoca em todos os verdadeiros amantes do samba e do carnaval.   Existem muitos jovens valorosos despontando em nossa escola, e que no futuro certamente vão fazer parte da galeria dos grandes Mangueirenses,  mas não vejo esse surgimento com tanta força como outrora.   Temo que a nossa escola tome o rumo de grandes escolas do passado, e não canso de dizer isso, porque até bem pouco tempo era inimaginável vermos escolas tradicionalíssimas nos grupos de acesso!  E também me causa um certo desconforto saber que simplesmente a força do nosso nome pode garantir ou não a nossa manutenção no Grupo Especial, porque comercialmente falando, seria uma tragédia a Mangueira fora das grandes do Rio.  E nós, vamos cada vez mais nos conformando com isso, e nossas raízes vão ficando cada vez mais esquecidas...Dentre tantas coisas que ainda falta na nossa escola, uma delas é sem dúvida o resgate de sua cultura.  A Mangueira tem uma cultura  ímpar, e isso precisa ser potencializado, para que possamos  continuar a ser o celeiro de bambas que sempre fomos, e continuar causando essa coisa mítica que só nós, com nosso verde e rosa, somos capazes de fazer.

“RESPEITEM QUEM PÔDE CHEGAR ONDE A GENTE CHEGOU!” – e isso serve muito mais para nós mesmos do que para as co-irmãs.