quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Ser Mangueirense

Arte: Tatii Ladeira

Ser mangueirense não é torcer por uma escola de samba. Quando se é Mangueira, o samba corre nas veias, e os pés por mais calejados que possam ser, sempre encontram conforto no rufar de um tambor. Ser mangueirense é entender que a poesia é muito mais que palavras escritas, é perceber sua plenitude, mesmo que mal saiba assinar o próprio nome. É tingir cada passo que sobe e desce ladeiras, com a alegria do verde e rosa que , dizem os incautos, são cores que não combinam bem. É chorar... Chorar de tristeza, chorar de alegria, chorar de emoção, chorar através de um pandeiro e de um tamborim. É chorar pelo simples fato de ser Mangueira. Ser mangueirense é nunca estar satisfeito. É o descontentamento constante, que somente se dissipa nas cinzas da quarta-feira. É viver sempre no alto, a contemplar o sol que não para de sorrir, nem de fazer o suor escorrer pelo rosto cansado das idas e vindas por entre os becos e vielas. Ser mangueirense é ser um guerreiro, é lutar dia após dia pedindo ao mundo um pouco de paz, é desarmar-se dos preconceitos e assumir sua própria identidade. É não ter cor na pele, aliás, ser mangueirense é não ter pele: é ter couro! Saber transformar cada batida que leva num sonoro grito de alegria. É ser pedra bruta e ainda assim reluzir feito diamante. Ser Mangueira é ter braços, pernas, coração, é enfrentar cada dia como quem doma um leão. É reconhecer-se nos mais simples versos , e ter a certeza que eles durarão por toda uma eternidade. É pisar no asfalto com a mesma sutileza que se pisa na lama, e entender que todo mundo te conhece ao longe, porque a Mangueira é tudo do pouco que resta, é um pouco de tudo aquilo que presta e do que não presta e não há uma só pessoa no meio da multidão que não se reconheça nas cores que traz na bandeira .Ser mangueirense é atravessar a avenida, é atravessar o tempo, é começar pelo fim, é virar-se do avesso. É fazer o caminho contrário, é contradizer a procissão, rezar todos os dias e pedir que todo seu pranto nunca tenha sido em vão, mesmo que seu canto de oração desapareça no horizonte, junto com o último vagão. Ser mangueirense é enfeitar-se de fita, entrelaçar-se com outros e então soltar o nó da garganta, desatando na explosão do grito de campeão. Ser mangueirense é querer a vitória até o último momento, e no final não se importar com a posição, porque ser Mangueirense, é saber que se é, que se foi, e que sempre será a Mangueira, de todas, a primeira!

Foto: Denise Carla

(Comissão de Frente da Mangueira - Carnaval 2011 - Estandarte de Ouro)

6 comentários:

  1. SER MANGUEIRENSE ... é saber que se é, que se foi, e que sempre será a MANGUEIRA de todas, a primeira!

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    1. Uhhhhhh quero carnaval logo!

      http://www.trendq.blogspot.com

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  2. o carnaval está chegando, vamos ver como vai ser esse ano, vou torcer muito!!!

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  3. o carnaval já está bem perto, para quem gosta é bom, já eu dispenso

    http://rocknrollpost.blogspot.com/

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  4. No Brasil dezenas de milhares de negros e simpaizantes protestam Movimentos negros brasileiros fizeram protestos de desagrado contra famoso cantor e sambista Martinho da Vila, Escola de Samba Unidos de Vila Isabel que neste carnaval de 2012, no enredo “Você Semba Lá… Que Eu Sambo Cá. do povo brasileiro) que nos versos O Canto Livre de Angola!”. Com uma exaltação maravilhosa a ANGOLA a pátria mãe da maioria (54% tem sangue africano-angolano em nossas aveias. Samba Enredo da Vila Isabel(O para Presidente Wilson Vieira Alves a carnavalesca Rosa Magalhães e principalmente o Presidente de Honra: Martinho José Ferreira o “Martinho da Vila” que se negaram a ouvir e atender as reclamações dos milhares de e-mails, cartas e ligações telefônicas e celulares para sensibilizar esses dirigentes. que seria um desprestígio para comunidade negra feminina serem excluídas as frente da bateria da Vila Isabel colocando uma rainha nipo-brasileira (japonesa) e uma musa loira, com respeito a elas, mas porque não por uma negra também e por coerência ao enredo exaltava a raça negra e negritude cultural África Angola Brasil. Apesar de todos esforços não foram suficientes par conscientizar estes dirigentes é lamentável que as crianças a juventude a mulher afro brasileira sofram estes preconceitos excluídas marginalizadas , humilhadas por aqueles que dizem ser defensores e nossos ídolos. Martinho da Vila é uma vergonha e covardia, muito obrigado pelo desserviço ao resgate e valorização da raça negra.Rei Martinho Ganga Zumba da Vila? Mariana Benedita dos Santos,Negra Bene. mariana.jornalista@bol.com.br

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  5. Parabéns Estação Primeira de Mangueira! Uma Escola uma Poesia!

    Vida Longa! Saúde, Amor! Paz! Dinheiro e Muitos Campeonatos!

    Amo todas... mas Mangueira é deifernte... é Verde e Rosa...

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