terça-feira, 8 de junho de 2010

O trem na Estação


Por mais cinzas, acastanhados e por vezes negros que fiquem meus olhos,
ao olhar pra ti, no fundo de tua alma, um verde invade minha retina.
E por mais morena que seja minha face, ou mais pálida que por vezes também possa parecer, sinto rosar-me o semblante, num verdadeiro espasmo de emoção.
Foram poucas as vezes que diante de ti senti tristeza, e infinitas as vezes que a alegria me invadiu, mas em todas elas, senti um brilho molhado que, teimoso, correu-me a expressão, vindo adormecer no canto da boca.
Um tanto te elogia pelo cenário, e tantos outros, pelas estrelas que brotam de teu chão.
Uns simplesmente, num sobe e desce ladeira, fazem de ti mais uma diante da multidão, e ainda tem aqueles, que vivem por ti, e que morrem por ti, pois assim, se fazendo semente, se lançam na eternidade dos teus versos.
Mas todos são por ti , e para ti, e todos esses que vem e que vão, não terão vivido em vão.
Nossa, nem percebi, lá vem o vagão!
È chegada a hora derradeira, o trem da vida parou na Estação, e tu serás a Primeira, tal qual uma oração, a abrir as portas do céu, e de dentro do trem da partida, não será visto vindo de ti a despedida, porque ao olhar da janela, na hora do adeus, tu estarás a sorrir, e a colorir de verde os olhos, que se fecharão, e mais uma vez, tua face rosada será avistada, e todos poderão ouvir a batida firme e única do teu coração anunciando que é chegada a hora do fruto maduro ganhar o chão e repousar na eternidade dos versos que caem de ti!

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