
Eu Bateria.
E tu, Bateria?
Ah, ele Bateria.
Pra nós Bateria
Por vós, Bateria!
Pra eles... Bateria.
E tu, Bateria?
Ah, ele Bateria.
Pra nós Bateria
Por vós, Bateria!
Pra eles... Bateria.

Tecnicamente falando, pra que todos possam entender como funciona uma bateria, vou explicar. Aliás, por motivos de falta de técnica (também sou leigo, podem acreditar), eu não vou explicar nada. “A Mangueira é tão grande, que nem cabe explicação...”. Então, eu só quero ouvir a batida única da bateria da minha Mangueira. Única porque é única mesmo, porque toda bateria, tem um lance de surdo (aquele tamborzão) de primeira, e de segunda, e de terceira. Tipo assim, você ouve um “prum...bum...escribum” não é??? Pois é, o “prum” é o surdo de primeira, o “bum” é o de segunda (que responde o anterior) e o “escribum” é o de terceira (que responde os outros dois). Entenderam?
É, também não entendi direito, mas saquei mais ou menos isso aí. Então, a bateria da Mangueira, não tem o surdo de segunda nem o de terceira, então fica só marcando no “prum”. Prum...prum...prum.... E nenhuma outra bateria faz isso, por isso ela é chamada de “Surdo Um”! Aí os caras inventaram uma parada muito legal, que é tipo o grito de guerra deles, que usa uma gíria bem carioca, o “mané” (que não é ofensa a ninguém), e aí gritam “É surdo um, mane! É surdo um"!
E o resto vocês já sabem. É só escutar, deixar o "prum" entrar pelo ouvido e explodir nos quadris e no pé.
Entendeu, “mané”?
Entendeu, “mané”?
"É SURDO UM, MANÉ! É SURDO UM”!
“Todo mundo te conhece ao longe, pelo som de teus tamborins, e o rufar do seu tambor...”
(Enéas Brites da Silva e Aloisio Augusto da Costa)
(Pesquisa de Texto com a colaboração de Thiago Pereira, cavaquinista, ritmista da Estação Primeira de Mangueira!)